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Noite de verão!
dois corpos, se entregando,
se deleitando um no outro
se explorando mutuamente
seus sentidos estão no auge
num aroma de rosas
ao som de uma suave melodia
seus toques suaves
se olhando nos olhos um do outro
suas línguas se tocando
ora em breves encontros
ou em lutas de loucura
seus corpos nus
deitados num leito de seda
se entrosando um no outro
nunca sabendo onde começa o corpo de um
ou termina o corpo do outro
se tocando, se beijando
por todo o lado
se sorvendo
ele suavemente lhe beijando o pescoço
enquanto suas mãos sobem de sua cintura
sobre seus seios erectos
ela o beija no peito mordiscando-lhe os mamilos
entre as suas pernas uma suave humidade
lhe pede por ternura
ele passando a mão entre suas pernas
sentindo sua suavidade seus desejos
beija-a
entre suas pernas
penetrando-a com sua língua
ela o procura e sente seu membro já erecto
o buscando
o sorvendo
se envolvendo
num cruzamento sensual
ele sentindo o vibrar do corpo dela
a deixa a explodir de tesão
lhe penetra suavemente
profundamente
levando-a a nova explosão
ela o agarra com as unhas em suas costas
cravando-as na sua pele
a dor que lhe provoca
o faz perfurar mais fundo ainda
e num desencadear de caricias e beijos
se amam
por completo
são delírios
são loucuras
de uma noite apenas
delírios que não terminam
até ambos exaustos
adormecem nos braços um do outro
acordando
e repetindo-se
de varias formas
que ambos anseiam
uma noite de entre muitas que jamais esqueceram
de: Jony be good
em memórias de um Romeu
dedicado a uma Julieta
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Eugénio de Andrade.
Dos olhos me cais,
redonda formosura.
Quase fruto ou lua,
cais desamparada.
Regressas à água
mais pura do dia,
obscuro alimento
de altas açucenas.
Breve arquitectura
da melancolia.
Lágrima, apenas.
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Quando Vier a Primavera
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
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Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
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Eu não sei senão amar-te,
Nasci para te querer.
Ó quem me dera beijar-te,
E beijar-te até morrer.
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