• Olavo Bilac

     

    Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta e jornalista brasileiro.

     

    Escreveu a letra do hino à Bandeira brasileira. É membro

     

    fundador da Academia Brasileira de Letras. Foi um dos principais

     

    representantes do Movimento Parnasiano que valorizou o cuidado

     

    formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e

     

    rigidez das regras da composição poética.

     

     

    Olavo Bilac (1865-1918) nasceu no Rio de janeiro, no dia 16 de

     

    dezembro.

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    Nua, mas para o amor não cabe o pejo


    Na minha a sua boca eu comprimia.


    E, em frêmitos carnais, ela dizia:


    – Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!



    Na inconsciência bruta do meu desejo


    Fremente, a minha boca obedecia,


    E os seus seios, tão rígidos mordia,


    Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.



    Em suspiros de gozos infinitos


    Disse-me ela, ainda quase em grito:


    – Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.



    No seu ventre pousei a minha boca,


    – Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,


    Moralistas, perdoai! Obedeci...

     

     

     

    Olavo Bilac


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    Foste o beijo melhor da minha vida,


    ou talvez o pior...Glória e tormento,


    contigo à luz subi do firmamento,


    contigo fui pela infernal descida!



    Morreste, e o meu desejo não te olvida:


    queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,


    e do teu gosto amargo me alimento,


    e rolo-te na boca malferida.



    Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,


    batismo e extrema-unção, naquele instante


    por que, feliz, eu não morri contigo?



    Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,


    beijo divino! e anseio delirante,


    na perpétua saudade de um minuto...

     

     

    Olavo Bilac


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    Ora ( direis ) ouvir estrelas!


    Certo, perdeste o senso!


    E eu vos direi, no entanto


    Que, para ouví-las,


    muitas vezes desperto


    E abro as janelas, pálido de espanto



    E conversamos toda a noite,


    enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto,


    Cintila.


    E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,


    Inda as procuro pelo céu deserto.



    Direis agora: "Tresloucado amigo!


    Que conversas com elas?


    Que sentido tem o que dizem,


    quando estão contigo? "



    E eu vos direi:


    "Amai para entendê-las!


    Pois só quem ama pode ter ouvido


    Capaz de ouvir e e de entender estrelas

     

     

    Olavo Bilac


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